Envolvido com o hip hop desde 1988, o rapper Luciano de Souza, mais conhecido como Pregador Luo, acaba de lançar seu álbum solo duplo, entitulado RevoLUOção. Luo é líder do grupo “Apocalipse 16” e proprietário do selo independente 7 TAÇAS, selo pelo qual lançou seu próprio cd e os três títulos anteriores do grupo APC 16.
O álbum tem um total de trinta e nove faixas, divididas em dois cd´s de nomes distintos. O cd um, cujo nome é “Arquitetura da RevoLUOção” contém 18 faixas e conta com algumas participações especiais, entre elas a de Rodolfo, vocalista da Banda “Rodox”, Rogério Sarralheiro, da Banda “Templo Soul” e do violonista Miguel Garcia.
O cd dois leva o nome de “Nova Ordem” e contém um total de 21 faixas recheadas de participações. Nomes como o do sambista Péricles, vocalista do grupo “Exalta Samba”, Lino Criz e DJ Dri, fazem parte da lista de colaboradores desse trabalho, que ainda conta com os grupos “Záfrica Brasil”, “SP Funk” e “Manuscritos”.
Os temas abordados nestes dois cd´s variam entre temas hoje pouco valorizados na música brasileira, como por exemplo o respeito as mulheres na faixa “Vocês são Damas” ou a valorização da raça e da cultura latino-americana na faixa “La Onda – Latino Americanos”. Tem ainda uma avaliação do atual momento social e espiritual do país na faixa “Frenesi”. “A Cidade-SP” é uma narrativa sobre a capital segundo a ótica de Luo. Na inovadora “Tudo Pra Você” que incorpora toda a musicalidade brasileira, as belezas e as mazelas da nossa própria pátria são relatadas em cima de uma sonoridade diferente do tradicional rap feito por aqui.
Existem faixas como: “Firmeza na Rocha”, “Quem vai me Trair?”, “Guerreiro do Futuro”, “Nosso Lugar não é Aqui”, “Salmos 23 e 91” entre outras que retratam e reafirmam a fé desse rapper cristão nos sagrados ensinamentos da Bíblia.
Ao longo de sua carreira dentro do hip hop, Luo já trabalhou com outros grupos que hoje são destaques dentro do cenário do rap. Participou de mais de setenta músicas de outras bandas e artistas que o convidaram para colaborar em seus trabalhos.
Na liderança do grupo Apocalipse 16 já fez apresentações em quase todos os estados do Brasil e em diversas cidades do interior de São Paulo. Ganhou com o “Apocalipse 16” os prêmios de melhor álbum do ano de hip hop e também de melhor selo de hip hop, ambos conferidos pelo prêmio “Hutus”, além de vários outros prêmios.
A trajetória de Luciano ou Luo é um tanto dificultosa. Para chegar a ser dono de seu próprio selo e lançar seus próprios discos ele teve que passar por diversas situações que lhe valeram de experiência para realizar seus objetivos.
O pai de Luo, um mecânico-eletricista nascido no Rio de Janeiro, foi o primeiro Dj que ele viu em sua vida. “Meu pai tinha um toca discos gradiente e um toca fitas que ele ligava juntos. Quando a música do vinil estava acabando ele soltava uma no toca fitas e vice-versa, ficava com um fone de ouvidos enorme nas orelhas animando festas e bingos que ocorriam em família. Foi assim que conheci a música popular, a sertaneja, a nordestina, e a que mais me chamou a atenção: a música negra. Ouvi bastante black music quando pequeno, mas a que mais me chamou a atenção foi a de Afrika Bambaata. Foi assim que comecei a me envolver com esse universo. Veja você que ironia, anos depois um de meus discos foi escolhido pelo próprio Afrika Bambaata numa seleção que ele fez em seu site na Internet, como um dos melhores discos de rap mundo”
Luo conta que começou a trabalhar cedo, por volta dos 12 anos. Foi ajudante de farmácia, servente de pedreiro de dois de seus tios, garçom, office-boy, escriturário, assistente administrativo e ajudante geral em uma fábrica de panelas e em uma fábrica de luminosos.
Em 1988 foram lançados os dois primeiros discos de rap brasileiros, eram coletâneas com vários grupos, um se chamava Cultura de Rua e o outro O Som das Ruas. Em um deles havia duas músicas de Thaide e DJ Hum, que foram as primeiras a serem decoradas por Luo.
Na época, para adquirir esse lançamento, Luo trocou um antigo brinquedo chamado “Super Trunfo”, com um amigo que possuía uma fita do disco, já que na ocasião o disco também foi lançado em cassete. Um dia, convencido por um de seus amigos a também trocar seu vídeo-game Atari por um toca-discos e um amplificador, montaram juntos uma equipe de bailes. Carregavam caixas pesadas de som nas costas, de um bairro para outro e faziam festas quase todo final de semana.
Um rapper já conhecido nesse período de 88 para 89, morava no mesmo bairro que Luo. Foi se aproximando dele que Luo, que já escrevia suas letras, pode conhecer de perto o que acabou se tornando o movimento hip hop no Brasil.
Tendo inclusive chegado a viajar para outros estados acompanhando e ajudando o colega mais experiente em suas apresentações.
“...eu tinha vergonha de mostrar minhas letras para meus amigos e mais vergonha ainda de cantá-las, até que um dia sozinho em casa gravei num daqueles gravadores antigos umas músicas minhas e outras do Thaide e DJ Hum. Sem querer, um primo meu acabou ouvindo e perguntou quem era. Quando disse que era eu ele não acreditou, achou que eu estava brincando, demorei até convencê-lo. Ele gostou tanto que queria a fita pra ele e disse que estava ótimo. Isso me incentivou bastante até dar no que deu hoje.”
Luo chegou a morar com esse mesmo primo na Cidade Tiradentes, bairro violento da extrema periferia da zona leste de São Paulo. Foi uma época de grandes dificuldades, uma após a outra. Foram justamente essas dificuldades que fizeram Luciano procurar ajuda no Cristianismo. Em 1994 ele se converteu e adotou um novo estilo de vida que serviu de referência para sua música e sua ideologia.
Determinado a gravar então seu próprio trabalho começou a economizar dinheiro e recrutou dois amigos para formar em 1995 o Apocalipse 16.
“...lembro que vendi meu celular naquela época para minha professora de geografia, isso foi logo que os celulares foram lançados aqui no Brasil e valiam uma grana alta, deu pra pagar quase metade do valor que eu gastei no estúdio”.
Luo trabalhava numa metalúrgica, na fase em que estava começando a fazer o disco. Acabou sendo mandado embora e com a grana da rescisão conseguiu o que faltava pra terminar a matriz do cd. Em 1998 foi lançado então o primeiro cd com suas músicas e sua produção, era o álbum “Arrependa-se” do grupo APC 16, lançado no mercado em sociedade com o grupo Racionais MC´s. Após desfazer a sociedade com os Racionais, Luo resolve que lançará seu segundo álbum.
Novamente economiza dinheiro, se empenha em escrever novas letras e lança em 2000 o álbum “2ª Vinda – A Cura”, também totalmente independente e pelo seu selo 7 TAÇAS, dessa vez sem sociedade com ninguém. Como as coisas começaram a fluir surgiu a idéia de se fazer então o terceiro álbum do grupo pelo selo 7T, o cd “Antigas Idéias Novos Adeptos”, lançado no final de 2001. Com o amadurecimento pessoal e a experiência adquirida ao longo de seus 16 anos de hip hop, Luo vê chegada a hora de lançar seu primeiro disco solo, “RevoLUOção”, que chegou ao mercado no final de 2003. Luo também trabalha num futuro disco do Apocalipse 16, já batizado de “D´Alma”, previsto para ser lançado no segundo semestre de 2005. Até lá ele fará shows para promover seu mais recente trabalho.
O nome “Luo” foi escolhido pelo próprio rapper para se rebatizar, pratica que é muito comum entre os rappers, já que eles muitas vezes têm nomes e sobrenomes herdados de antigos donos de escravos de procedência européia e que não sabem, na sua maioria, nem mesmo o significado da origem de seus próprios nomes.
“... foi em busca de identidade própria que me rebatizei, embora seja mestiço sei que sou mais africano do que qualquer outra coisa, então queria algo que me religasse com a África. Luo é o nome da segunda maior tribo do Quênia.
Também coloquei esse nome porque gosto muito da lua, acho a lua muito bonita mesmo, é ela que clareia a noite e nos traz luz na escuridão, mas a lua não tem luz própria, sua luz é um reflexo do sol, assim como a minha pequena luz é um reflexo da luz de Deus. Espero ser o Luo das madrugadas sombrias e levar um pouco de luz pra vida daqueles que estão perdidos nas trevas mundo afora. Acredito que a minha RevoLuoção pessoal vai ajudar a outros irmãos e irmãs também começarem a fazer sua próprias revoluções e gerar dessa forma uma sociedade melhor para todos”
Contatos:
Tel.: (11) 6335.3838
site: www.7tacas.com.br
e-mail: luo@7tacas.com.br
O álbum tem um total de trinta e nove faixas, divididas em dois cd´s de nomes distintos. O cd um, cujo nome é “Arquitetura da RevoLUOção” contém 18 faixas e conta com algumas participações especiais, entre elas a de Rodolfo, vocalista da Banda “Rodox”, Rogério Sarralheiro, da Banda “Templo Soul” e do violonista Miguel Garcia.
O cd dois leva o nome de “Nova Ordem” e contém um total de 21 faixas recheadas de participações. Nomes como o do sambista Péricles, vocalista do grupo “Exalta Samba”, Lino Criz e DJ Dri, fazem parte da lista de colaboradores desse trabalho, que ainda conta com os grupos “Záfrica Brasil”, “SP Funk” e “Manuscritos”.
Os temas abordados nestes dois cd´s variam entre temas hoje pouco valorizados na música brasileira, como por exemplo o respeito as mulheres na faixa “Vocês são Damas” ou a valorização da raça e da cultura latino-americana na faixa “La Onda – Latino Americanos”. Tem ainda uma avaliação do atual momento social e espiritual do país na faixa “Frenesi”. “A Cidade-SP” é uma narrativa sobre a capital segundo a ótica de Luo. Na inovadora “Tudo Pra Você” que incorpora toda a musicalidade brasileira, as belezas e as mazelas da nossa própria pátria são relatadas em cima de uma sonoridade diferente do tradicional rap feito por aqui.
Existem faixas como: “Firmeza na Rocha”, “Quem vai me Trair?”, “Guerreiro do Futuro”, “Nosso Lugar não é Aqui”, “Salmos 23 e 91” entre outras que retratam e reafirmam a fé desse rapper cristão nos sagrados ensinamentos da Bíblia.
Ao longo de sua carreira dentro do hip hop, Luo já trabalhou com outros grupos que hoje são destaques dentro do cenário do rap. Participou de mais de setenta músicas de outras bandas e artistas que o convidaram para colaborar em seus trabalhos.
Na liderança do grupo Apocalipse 16 já fez apresentações em quase todos os estados do Brasil e em diversas cidades do interior de São Paulo. Ganhou com o “Apocalipse 16” os prêmios de melhor álbum do ano de hip hop e também de melhor selo de hip hop, ambos conferidos pelo prêmio “Hutus”, além de vários outros prêmios.
A trajetória de Luciano ou Luo é um tanto dificultosa. Para chegar a ser dono de seu próprio selo e lançar seus próprios discos ele teve que passar por diversas situações que lhe valeram de experiência para realizar seus objetivos.
O pai de Luo, um mecânico-eletricista nascido no Rio de Janeiro, foi o primeiro Dj que ele viu em sua vida. “Meu pai tinha um toca discos gradiente e um toca fitas que ele ligava juntos. Quando a música do vinil estava acabando ele soltava uma no toca fitas e vice-versa, ficava com um fone de ouvidos enorme nas orelhas animando festas e bingos que ocorriam em família. Foi assim que conheci a música popular, a sertaneja, a nordestina, e a que mais me chamou a atenção: a música negra. Ouvi bastante black music quando pequeno, mas a que mais me chamou a atenção foi a de Afrika Bambaata. Foi assim que comecei a me envolver com esse universo. Veja você que ironia, anos depois um de meus discos foi escolhido pelo próprio Afrika Bambaata numa seleção que ele fez em seu site na Internet, como um dos melhores discos de rap mundo”
Luo conta que começou a trabalhar cedo, por volta dos 12 anos. Foi ajudante de farmácia, servente de pedreiro de dois de seus tios, garçom, office-boy, escriturário, assistente administrativo e ajudante geral em uma fábrica de panelas e em uma fábrica de luminosos.
Em 1988 foram lançados os dois primeiros discos de rap brasileiros, eram coletâneas com vários grupos, um se chamava Cultura de Rua e o outro O Som das Ruas. Em um deles havia duas músicas de Thaide e DJ Hum, que foram as primeiras a serem decoradas por Luo.
Na época, para adquirir esse lançamento, Luo trocou um antigo brinquedo chamado “Super Trunfo”, com um amigo que possuía uma fita do disco, já que na ocasião o disco também foi lançado em cassete. Um dia, convencido por um de seus amigos a também trocar seu vídeo-game Atari por um toca-discos e um amplificador, montaram juntos uma equipe de bailes. Carregavam caixas pesadas de som nas costas, de um bairro para outro e faziam festas quase todo final de semana.
Um rapper já conhecido nesse período de 88 para 89, morava no mesmo bairro que Luo. Foi se aproximando dele que Luo, que já escrevia suas letras, pode conhecer de perto o que acabou se tornando o movimento hip hop no Brasil.
Tendo inclusive chegado a viajar para outros estados acompanhando e ajudando o colega mais experiente em suas apresentações.
“...eu tinha vergonha de mostrar minhas letras para meus amigos e mais vergonha ainda de cantá-las, até que um dia sozinho em casa gravei num daqueles gravadores antigos umas músicas minhas e outras do Thaide e DJ Hum. Sem querer, um primo meu acabou ouvindo e perguntou quem era. Quando disse que era eu ele não acreditou, achou que eu estava brincando, demorei até convencê-lo. Ele gostou tanto que queria a fita pra ele e disse que estava ótimo. Isso me incentivou bastante até dar no que deu hoje.”
Luo chegou a morar com esse mesmo primo na Cidade Tiradentes, bairro violento da extrema periferia da zona leste de São Paulo. Foi uma época de grandes dificuldades, uma após a outra. Foram justamente essas dificuldades que fizeram Luciano procurar ajuda no Cristianismo. Em 1994 ele se converteu e adotou um novo estilo de vida que serviu de referência para sua música e sua ideologia.
Determinado a gravar então seu próprio trabalho começou a economizar dinheiro e recrutou dois amigos para formar em 1995 o Apocalipse 16.
“...lembro que vendi meu celular naquela época para minha professora de geografia, isso foi logo que os celulares foram lançados aqui no Brasil e valiam uma grana alta, deu pra pagar quase metade do valor que eu gastei no estúdio”.
Luo trabalhava numa metalúrgica, na fase em que estava começando a fazer o disco. Acabou sendo mandado embora e com a grana da rescisão conseguiu o que faltava pra terminar a matriz do cd. Em 1998 foi lançado então o primeiro cd com suas músicas e sua produção, era o álbum “Arrependa-se” do grupo APC 16, lançado no mercado em sociedade com o grupo Racionais MC´s. Após desfazer a sociedade com os Racionais, Luo resolve que lançará seu segundo álbum.
Novamente economiza dinheiro, se empenha em escrever novas letras e lança em 2000 o álbum “2ª Vinda – A Cura”, também totalmente independente e pelo seu selo 7 TAÇAS, dessa vez sem sociedade com ninguém. Como as coisas começaram a fluir surgiu a idéia de se fazer então o terceiro álbum do grupo pelo selo 7T, o cd “Antigas Idéias Novos Adeptos”, lançado no final de 2001. Com o amadurecimento pessoal e a experiência adquirida ao longo de seus 16 anos de hip hop, Luo vê chegada a hora de lançar seu primeiro disco solo, “RevoLUOção”, que chegou ao mercado no final de 2003. Luo também trabalha num futuro disco do Apocalipse 16, já batizado de “D´Alma”, previsto para ser lançado no segundo semestre de 2005. Até lá ele fará shows para promover seu mais recente trabalho.
O nome “Luo” foi escolhido pelo próprio rapper para se rebatizar, pratica que é muito comum entre os rappers, já que eles muitas vezes têm nomes e sobrenomes herdados de antigos donos de escravos de procedência européia e que não sabem, na sua maioria, nem mesmo o significado da origem de seus próprios nomes.
“... foi em busca de identidade própria que me rebatizei, embora seja mestiço sei que sou mais africano do que qualquer outra coisa, então queria algo que me religasse com a África. Luo é o nome da segunda maior tribo do Quênia.
Também coloquei esse nome porque gosto muito da lua, acho a lua muito bonita mesmo, é ela que clareia a noite e nos traz luz na escuridão, mas a lua não tem luz própria, sua luz é um reflexo do sol, assim como a minha pequena luz é um reflexo da luz de Deus. Espero ser o Luo das madrugadas sombrias e levar um pouco de luz pra vida daqueles que estão perdidos nas trevas mundo afora. Acredito que a minha RevoLuoção pessoal vai ajudar a outros irmãos e irmãs também começarem a fazer sua próprias revoluções e gerar dessa forma uma sociedade melhor para todos”
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